31 agosto 2008

CRÍTICA


O PROGRAMA ÍDOLOS DA TV RECORD HUMILHA OS CANDIDATOS E CONSTRANGE OS TELESPECTADORES.

Confesso que me seguro para não falar mal de ninguém, muito menos de quem eu nem conheço pessoalmente, mas como telespectador de televisão, não tenho como ficar calado enquanto milhares de sonhos estão sendo esmagados por gente que demonstra insegurança no que está fazendo em pleno horário nobre da televisão. Poupando a Paula Lima, que além de ótima intérprete, é humana e demasiadamente apta profissionalmente para analisar até mesmo os colegas de bancadas, que se vendem como mega profissionais, não passando de alpinistas, daqueles que precisam carregar nas costas, ou nos currículos, nomes de artistas consagrados, só porque por azar do próprio artista, teve seu nome ligado ao tal jurado em algum momento da carreira. E que azar! Aliás, jurado está eu, que não esperava por tamanha algazarra na televisão, o que é pior, de uma emissora da qual sou grande torcedor, pois admiro muito seu esforço em tentar fazer melhor do que as outras, embora o objetivo seja exclusivamente alcançar o primeiro lugar, o que é muito perigoso, principalmente no contexto cultural. Mas voltando ao programa ídolos, da Rede Record, vou confessar que foi o pior de tudo que eu já vi na TV aberta. Um equívoco só. Quem é Calainho? E Marco Camargo? Sim, eu já pesquisei sobre os dois, mas o quê de indispensável eles fizeram?

TALENTO DE VERDADE

É constrangedor ouvir os comentários de André Calaínho sobre a participação dos candidatos. Um dos comentários que li sobre ele, na rede, está na revista Quem (só poderia ser nela, onde mais? Na Caras, é claro.) diz que o jovem rico e bem-sucedido casou-se com a modelo Carolina Ribeiro e teve como convidada a ex-noiva Angélica (tadinha). Como André Calinho foi parar no Ídolos? Quem fez a terrível escolha? Ele não tem cabedal artístico para isso, não é por ser dono de rádio ou ter namorado gente famosa, isso não lhe capacita a nada, muito menos a dizer que fulano não tem postura de ídolo, ou voz que emocione. Dê uma “googlada” nele e veja onde você vai parar. Acorda bispo Honorilton Gonçalves, assim o retrocesso será o ídolo principal da emissora. Permitir que um programa que obteve grande êxito no SBT, já bastante conhecido do grande público, tenha como analistas, gente como Calainho e Marco Camargo, é pedir para o telespectador desligar a TV. Não acompanhei na íntegra a temporada exibida no canal do Sílvio Santos, mas pude torcer pela vitória do Leandro Pica-pau (eu também sou humano, tenho direito de errar). Não gostava da participação de nenhum deles, achava agressivo e “trash” demais, humilhar pessoas ávidas por fama (pelo menos a metade só quer meter a cara na TV). Quanto a Marco Camargo, é melhor o leitor ir direto ao site dele (vai ler sobre Ivete, Roberto Carlos, Ed Motta, Benito di Paula e everybody macacada). Lamentável fica a participação da graciosa Paula Lima (inocente) no meio dos dois desprovidos de talentos para avaliar candidatos. Eu desisto de assistir ao Ídolos, desisto de acreditar que essa fórmula ainda vai lançar alguém que se sustente num mercado invisível, mas cheio de serpentes devoradoras reais, desisto.
A Rede Record dá um passo atrás quando deixa um equívoco desses ir adiante. O programa Ídolos vai ser sucesso sim, mas no you tube, como provocação e diversão para os adolescentes incautos.

EXEMPLO DO DESPERDÍCIO DA FÓRMULA: TALENTO SEM INVESTIMENTO

Tenham compaixão dos telespectadores inteligentes, abortem esta versão, ou coloque gente preparada (com potencial para descobrir talentos e não humilhar calouros) para a empreitada que é lançar um novo “ídolo”. Sugestão? Gente como Tetê Espíndola, Eduardo Dussek, e Paula Lima, certamente mexeriam nos tesouros escondidos do Brasil. Não me queiram mal.

22 agosto 2008

ENTREVISTA COM O CANTOR BALTHAZAR: AGRADÁVEL DO COMEÇO AO FIM.






UM ARTISTA QUE SE DEIXA LEVAR PELA EMOÇÃO.
Balthazar estava na mira, há pelo menos sete anos, quando descobri que para minha pesquisa _sobre a música popular do Brasil nos anos 70 e 80_ ser completa, ele precisava figurar nela com destaque. Chegou o dia da entrevista, data que certamente parte da história da música foi passada a limpo. A entrevista agendada sob os cuidados do cantor e empresário Naldo Kléber, correu tudo as mil maravilhas, com exceção da notícia de que eu havia perdido, na noite anterior, a homenagem que Os Copacabanas prestaram ao ídolo Balthazar. Festa de primeira, com gente importante e tudo mais. O local, a casa Mistura Fina, ponto chic do Rio, cedeu seu espaço nobre ao nobre brega Balthazar. Não ha como reparar o erro de ter perdido o evento, mas me consola saber que o show foi filmado, e que o material vai ilustrar um DVD, no mínimo revelador. É que durante o show, Balthazar responde as perguntas dos integrantes de Os Copacabanas.
Infelizmente o conteúdo da entrevista não poderá ser publicado aqui no blog, pois seu destino é o livro que venho preparando há 8 anos sobre o assunto, e que já está na sua reta final, mas não me contive em dividir com os leitores queridos, alguns momentos inebriantes, diante do hiperativo Balthazar. Estavam presentes na mesa, Marisa, esposa do cantor, e Naldo Kleber com sua esposa. O filho Adano, deu uma passada pelo local, um bar no Centro boêmio, do Rio antigo. Registrei o momento em que o filho coruja beijou o pai, especialmente para o blog. Adano gentilmente cedeu-me um vasto material fotográfico sobre o pai famoso, dentre o material raro, fotos do começo da carreira de Balthazar, e um flagrante do cantor ainda menino, com os pais em Aracajú.

BALTHAZAR É NETO DO IMPORTANTE PROFESSOR REPUBLICANO BALTHAZAR GÓES

Balthazar carrega o nome do avô com orgulho, o mesmo orgulho que ele lamenta não ter tido o povo sergipano, que no lugar de homenagear seu avô com uma avenida, deram-lhe uma placa num beco, e o que é pior, tentaram tirar-lhe o nome do beco. Balthazar também é parente, não muito distante, de Lampião, o rei do cangaço. Os primeiros passos na carreira foram dados no Colégio da Dona Maria, fazendo apresentações para os alunos e seus pais. O pai, que trabalhou a vida toda nos Correios, tinha um violão que Balthazar arranhava notas, escondido do pai, aos cinco anos. É músico de ouvido, toca com domínio, mas seu maior recurso é mesmo a sua voz. Foi cantando Orlando Dias, Carlos Alberto, Altemar Dutra, Silvinho, Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, Orlando Silva e os próprios cantores regionais que ele aparecia como destaque aos oito anos, no programa A Noite é do Cartaz Sergipano. Sua interpretação diferenciada dava indicação do que viria pela frente. Foi preciso deixar Aracaju e partir para São Paulo, recebendo incentivos do irmão que o levava para participar de concursos e programas de TV, um deles o Aí vem as Crianças, do apresentar Durval de Souza, um cômico da pesada. Balthazar percorreu o trajeto comum aos pretendentes do sucesso, cantando hora aqui, outra ali, mas sempre cantando. Anos depois, no Rio de Janeiro, a namorada Sandra, filha de Raul Sampaio, fez a ponte que levaria Balthazar ao mundo do disco, é que Sandra pôde apresentar o namorado ao pai, e assim, não demorou muito, Raul descobriu o talento do rapaz para cantar. Mas Balthazar garante que foi ao nascer que sua vocação para cantar foi revelada, segundo ele ao chorar pela primeira vez, o médico lhe bateu no bumbum, no que ele respondeu cantando Sarah. Com toda a predisposição para cantar, o esporte também, durante um bom período, povoou de sonhos e vitórias, a cabeça de Balthazar, principalmente quando a família mudou para o Rio, indo morar em frente ao Maracanã. Entregou-se a natação e por ela foi campeão em diversas modalidades. A atração que sentia pelo rock, fez com que conhecesse uma nova turma de amigos, e deixasse para traz, de vez, qualquer possibilidade de seguir com o esporte. Foi quando conheceu Serguei, de quem mais tarde foi produtor, e Raul Seixas, parceiro dos inúmeros festivais de rock. Quando realmente pode enfim gravar seu primeiro disco, arrebentou nas vendagens, foram mais de um milhão de cópias do primeiro compacto Cartas de Amor. Nascia então, o cantor Balthazar, grande vendedor de discos.

BALTHAZAR, O REVOLUCIONÁRIO.

Balthazar tem orgulho da sua participação na história do Brasil. Como compositor, compôs, e cantou no Festival de Música do Exército Brasileiro, o hino A Revolução de 64. “Eu sou o único compositor histórico vivo, no Brasil. Eu sou o dono do hino A Revolução de 64”. Reclama como patriota e artista, relembrando o fato, realizado a alguns anos após a revolução. No festival, Balthazar ganhou o primeiro lugar, mas teve que ceder lugar para um coronel do exército, que ficou em primeiro, rebaixando Balthazar para segundo lugar. Enquanto chafurdava a memória, lembrou de parte da letra, fazendo questão de compartilhar com seus admiradores. Com exclusividade para o blog, segue parte da letra.
O povo brasileiro/
Tem orgulho da nação/
Menina, revolução/.
Você me trouxe a paz / me trouxe amor e união/
Menina, revolução/
Quando você nasceu / eu tinha então a sua idade/
Brasil, país de sonho /
Hoje é realidade/
Sem ordem e sem progresso/
Tudo ia muito mal/
Até que a menina...
Tudo em Balthazar parece que fica mais alegre, seu jeito descontraído de levar a vida nos faz pensar numa realidade distante, naquela em que somente os loucos é que são felizes. Não estou chamando o artista de louco, estou reconhecendo que as vezes levo a vida muito a sério. Para Balthazar, a vida é bela. “Sou incapaz de pisar sobre uma formiga. Criança é o que mais meche comigo na vida. Eu sou o que chamam por aí de manteiga derretida”. Ele só fica uma fera quando vê o Brasil se esquecendo de incluir Sergipe no painel dos acontecimentos.

BALTHAZAR, O PRODUTOR

O cantor também foi produtor. Além de produzir o primeiro disco de Serguei, produziu também Lady Zu e outros cantores. Quando perguntei sobre a ausência de créditos que confirmassem os feitos, Balthazar justificou que para ele o que valia mesmo era o dinheiro que ele recebeu pelas produções.

SOBRE O PRIMEIRO DISCO E EVALDO BRAGA.

Além de ser grande amigo, dividiu apartamento com ídolo negro. Compartilhava do sucesso e dos percalços pessoais, enfrentado pelo cantor. Balthazar acredita que sua entrada na Phonogram foi exatamente pela voz e pela amizade que tinha com Evaldo. Jairo Pires lhe fez o convite para gravar logo após a morte de Evaldo. Ainda nos estúdios, foi chamado numa sala para ouvir uma música que Raul Seixas e Mauro Motta, haviam gravado em dueto, numa fita. A música era Se Ainda Existe Amor, e o que foi feito dela os leitores já sabem: sucesso. Quando soube que ia gravar, foi para casa e fez Cartas de Amor, inspirada no seu próprio pai. Ouviu da boca de Jairo Pires: vá para casa e faça uma música de “chacundum”, para arrebentar. Foi o que fez.

SOBRE RAUL SEIXAS

Grande autor de bregas, talvez o maior do Brasil. Se ele chegasse aqui agora, ficaria alguns minutos e sairia sem explicação. Era o jeito dele. Gravei a música dele Se Ainda Existe Amor, foi o sucesso que foi, mas ele nunca reagiu como um deslumbrado ficava sempre na dele. Naquele jeitão próprio.

SOBRE BREGA

“Tenho pijamas a minha espera em cada cabaré do Norte e Nordeste. Todos cabarés do Brasil me conhecem. Quando chego numa casa dessas, sou sempre muito bem recebido, faço a festa na mesa ouvindo minhas músicas e as músicas dos colegas”. Balthazar não acredita em preconceito, acredita em musicalidade. “Enquanto eu vendia 600 mil compactos, o Chico Buarque vendia cinco mil LP’s, quando vendia muito. Prefiro o sucesso à fama intelectual”.

SOBRE A CANTORA DIANA, COM QUEM FOI CASADO POR OITO ANOS.

Para minha maior surpresa, Balthazar foi casado com a cantora Diana. Os dois moraram juntos por oito anos. Conheceram-se pela estrada, fazendo shows. Já se conheciam ha muitos anos, quando foram morar juntos. Balthazar guarda ótimas lembranças do tempo em que morou com a cantora no apartamento dela na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Ele revela que foi a pedido da Diana, porque confiava nele, que dividiram o quarto pela primeira vez. Inicialmente, foi para protegê-la das cantadas dos demais cantores no hotel onde estavam hospedados, que Balthazar e Diana passaram a dividir o mesmo quarto do hotel, somente depois foi que nasceu a atração e a paixão, e depois, foram morar juntos. Tudo começou em Mamanguape, na Paraíba, e terminou em 1993, no Rio. A inteligência, o talento, a beleza e o gênio de Diana, Balthazar vai guardar para sempre, e diz mais: “Dentre todas as cantoras da geração dela, Diana é a que melhor compõe e canta. É muito querida pelo povo do Brasil”.

BALTHAZAR, O PAI DE MUITOS.

Como pai, Balthazar só perde para Abraão, pois segundo seus cálculos, são mais de 26 filhos. Apesar dos três filhos oficiais, por muito tempo Balthazar ficou expert em conhecer filhos, bastava encerrar a apresentação, para vir moças com filhos nos braços apresentando-os como filhos. Balthazar lamenta não saber nada sobre um filho que teve com uma japonesa. Ela voltou para sua terra com o filho no ventre. Balthazar imagina que seu filho possa até ser um samurai.

Pela alegria espontânea e pelo talento para arrancar risos, Balthazar bem que poderia ser, além de cantor, um grande comediante.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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